sábado, 6 de outubro de 2007

Venezuela/Apúlia : A verdade sobre o “Baile das Cadeiras”

Entrevista exclusiva do Clube CJF à Dra Laurentina Torres
Presidente da Direcção do Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia (GSCPA)


Préambulo
Existe desde hà mais de duas decadas, um festival anual de folclore nacional português organizado na Venezuela. Esse festival tem forma de concurso. Os grupos concorrentes produzem-se em palco perante um jurí (composto por um membro de cada agrupamento concorrente) que contempla com puntuações 4 elementos da representação em palco : sincronização dos bailados, qualidade da execução dos bailados, respeito das coregrafias das danças apresentadas e respeito dos faseamentos das tocatas ao vivo. O agrupamento que mais pontos obtiver vence o dito festival/concurso e é encarregado da sua organização para edição seguinte.
Em 2005, um grupo luso-venezuelano distingue-se com uma representação folclórica dos Sargaceiros da Apúlia (conselho de Esposende, Norte de Portugal, zona etnó-folclórica do Baixo-Minho) apresentando uma dança de sargaceiros com uma coregrafia em cima de cadeiras. Diria o dito agrupamento para justificar da sua autencidade que tal facto se deve ao momento em que o sargaceiro depois da mareada vai para ás tabernas festejar a apanha do sargaço e depois assim vai dançando. Acrescenta a Direcção deste grupo português de emigrantes radicados na Venezuela, para dar ainda mais verecidade ao dito bailado em cima de cadeiras, que se chamaria “contra-dança” e viria do tempo das invasões francesas. Tudo muito bem explicado, argumentado e executado, o jurí aprova o que apreciou em palco e dá as puntuações máximas. Assim o tal rancho se vê vencedor do festival/concurso da edição 2005 e é contemplado com o 1° lugar muito graças à “originalidade do baile em cima de cadeiras pelo sargaceiros”.
Durante meses a juventude dos Clubes CJF’s desbruçaram-se sobre este “estranho baile” e tentamos procurar toda a verdade da sua existência : no fórum do portal do folclore, no jornal “Folclore”, nos fóruns dos CJF’s, por mensagens particulares ... Tudo tentamos ... !! Por contacto directo com a Direcção do rancho “Os Sargaceiros de Apúlia” acabamos por lhes solicitar disponibilidade para lhes mostrar as conclusões ás quais chegamos e obter uma entrevista exclusiva : recebemos logo um parecer positivo.
Seguem as respostas da Dra. Laurentina Torres às nossas perguntas : cada um que tire agora as suas ilações ... e para nunca mais se deixarem enganar !!



CJF : Soube a Sra. Dra. que um agrupamento folclórico português na Venezuela, dizendo-se representar Os Sargaceiros de Apúlia, venceu um concurso nacional de folclore actuando num “baile com cadeiras”?

Dra. Laurentina Torres (LT) : Lamentavelmente, embora não tenha tido acesso a qualquer imagem, já chegou até nós a informação do “acontecimento” que nos desgostou a todos pelo “assassinato” que alguém fez ou faz da verdade do folclore dos Sargaceiros, tão empenhadamente defendido e preservado por nós, e tão vilipendiado por quem errou a vocação ao chamar de “folclore” ao que, na verdade, mais não é que mero número de circo.


CJF : Mas teve tempo de ver o vídeo que foi colocado na YouTube e depois suprimido?

LT : Não consegui aceder ao vídeo que diz ter observado porque quando fui alertada para o facto já o mesmo havia sido retirado da Internet. É assim tão escandaloso?...Quem nos acode contra tais malabarismos de circo?


CJF : Foi contactada por alguém para verificar a autenticidade deste baile?

LT : Já fui contactada por uma jovem da Venezuela que perguntava se “aquilo” era verdadeiro. Logicamente respondi-lhe que era uma monstruosidade e um atentado ao autêntico folclore e às nossas próprias tradições. Os Sargaceiros orgulham-se da tradição que representam e não aceitam que os ridicularizem a tal ponto!
Será que ninguém poderá por cobro a tal atentado?!


CJF : Num fórum sobre folclore português dizia a Directora Técnica do grupo da Venezuela o seguinte: “também les informo que todo lo que hicimos fue bajo conversaciones del Señor Isidro Reina, presidente de la Casa do Povo Os Sargaceiros de Apúlia, el cual ya sabe que obtuvimos ese PRIMER LUGAR (ojala venga a Venezuela??). O que pensa?

LT : É completamente falso que o Isidro Reina tenha dado quaisquer indicações sobre o que quer que seja, e muito menos sobre a “malfadada dança em cadeiras”.
Isidro Reina, carteiro de profissão, é, actualmente, Presidente da Direcção da Casa do Povo, Director e Ensaiador do Grupo.
Quando em 1996 assumi a reorganização e gestão da Casa do Povo e do Grupo Folclórico dos Sargaceiros, procurei rodear-me de pessoas da minha confiança. Organizei uma lista de amigos para ocuparem estes cargos oficiais, e mantenho a coordenação respectiva.
O Isidro, que tem agora 56 anos, entrou para o Grupo aos 14 anos pela mão de meu marido que reunia também ele, à época, aqueles três cargos. Aprendeu, por isso, connosco.
Assumiu, em 1996, o cargo de ensaiador do Grupo, cargo esse que, aliás, já tinha antes exercido, mas de que se havia afastado por incompatibilidades com anteriores dirigentes. Fui, por isso, chamá-lo de novo.
Em 1999, aquando de novas eleições, convidei-o para a Presidência da Casa do Povo e Direcção do Grupo Folclórico. Aceitou, mas com a condição de eu continuar a assegurar a coordenação quer do Organismo Oficial, quer do Grupo, tal como já o vinha fazendo. Para garantir suporte legal à minha acção a Direcção deliberou, por unanimidade, delegar na minha pessoa o cargo de COORDENADORA, com poderes específicos.
Tudo isto para lhe dizer quem é e o que faz Isidro Reina, quer no Grupo, quer fora dele. É pessoa da minha inteira confiança, e acredito plenamente nele pelo que asseguro, sem sombra de dúvidas, que nunca diria tal barbaridade.


CJF : Mas foi sim ou não o Senhor Reina contactado?

LT : No passado ano [2005], talvez Setembro ou Outubro, o Isidro recebeu um telefonema da Venezuela (quanto a nós já de má fé) no qual uma senhora se lhe apresentou como directora de um grupo folclórico português de Caracas que havia ganho o primeiro lugar em representação do folclore de Apúlia. Por isso, como no ano seguinte seria esse grupo a organizar o mesmo festival, disse-lhe que gostaria que se deslocasse à Venezuela como convidado desse mesmo grupo, cujo nome ele próprio não conseguiu fixar.(Note que no nosso site eu indico-o como Director , o que é, de facto, verdade).
Em resposta o Isidro informou-a que o assunto não era com ele pelo que “deveria telefonar à Dra. Laurentina Torres, Coordenadora do Grupo, telefone ********* a quem deveria ser, de facto, dirigido o convite” – palavras textuais do Isidro.
Ele próprio me avisou de imediato pelo telefone.
Pois até hoje essa senhora não me contactou!
Não lhe parece que haveria ali má fé?


CJF : Mas a Directora Técnica afirma ter fontes seguras do que adianta

LT : Parece que essa senhora está a insultar todos os apulienses, e mesmo os nossos antepassados e as nossas raízes. Só fala assim quem não tem a mínima noção do que é uma “mareada”. Depois de três a quatro horas de luta titânica com o mar a arrebatar-lhe o sargaço que vem envolto nas ondas; depois de outras tantas horas a carregar com o sargaço colhido para as dunas, bem longe do alcance do mar; depois de mais duas horas a estender cuidadosamente o mesmo sargaço, para secar, muitas vezes sob um sol escaldante; qual seria o sargaceiro, primeiro todo encharcado da “mareada”, depois todo suado do restante trabalho, qual seria o sargaceiro, repito, com vontade de ir para a tasca fazer equilíbrios ridículos sobre cadeiras?!
Pelo amor de Deus! Que respeitem as nossas tradições, e não ridicularizem o que é tão sério!


CJF : No mesmo fórum, acrescentava o Director Técnico Adjunto do mesmo agrupamento: “representamos una moda introducida em portugal cuando las invaciones fracesas”. Concorda?

LT : Esquece-se, ou não sabe, quem assim falou, fala ou escreve, que o sargaceiro, depois de todo aquele trabalho em consequência de uma “mareada”, quantas vezes nem tempo tinha para comer porque, decorridas doze horas da primeira maré, vem uma segunda maré, e tudo se repete. E, “se o mar estiver de feição e o sargaço for abondo”, no dia seguinte, e no outro, às vezes durante mais de quinze dias, a azáfama continua, sem parar e sem descanso. Esta é a verdadeira vida do sargaceiro, enquanto o mar der sargaço, isto é, durante os equinócios, após as marés vivas.
Danças, sim...na areia da praia...antes do começo da “mareada”! Depois?...nem pensar!!!
Sobre as invasões francesas...muito se poderá dizer, mas a História Universal é bem clara, é só estudá-la.
Todos sabemos que, em consequência do Bloqueio Continental, Portugal sofreu três invasões francesas, vindas através de Espanha. Das três vezes foram repelidos e derrotados..., e nenhuma delas passou pela nossa região! Os franceses não trouxeram nada, nem sequer tiveram contacto com a nossa gente, e muito menos danças! Deixaram, com efeito, uma terrível recordação: o desastre da ponte das barcas, no Porto.
Parece que, na Venezuela, alguém pretende reescrever a História à sua maneira!...Valerá a pena continuar este tema?! Penso que não.
Por favor, não brinquem! Mais cego do que quem não vê, é aquele que não quer ver!
Quando as pessoas não sabem e, depois de informadas, corrigem os seus erros, merecem toda a nossa admiração. Quando, pelo contrário, persistem no erro, merecem o nosso repúdio!


CJF : Ou ainda a explicação do mesmo Director Técnico Adjunto citando a fonte (Gabriel Pitta em 08/09/1878): “puedo hablar con base y propriedade ya q soy licenciado en sociales mencion historia, lo cual indage durante meses para poder representar nuestro 3er fandango o contradanca este baile no es invento pues es 1 moda te doy respuesta claro q es posible representarlo sobre sillas y bancos ya q los sargaceiros culminaban tarde la fahena de recolectar el sargaso por lo q se reunian en sus casas o tabernas portando su traje de trabajo es decir se mantenian con su trajes sucios asi lo dice un poema de gabriel pitta ”. Acha que está correcto?

LT : Todos os antropólogos e historiadores com quem tenho falado – professores universitários doutorados e não simplesmente licenciados – todos pasmam perante tal ousadia, e classificam-na de mera ignorância da realidade da vida do sargaceiro.
A expressão “trajes sucios” é mais uma falácia, no meio de todo este imbróglio. A água do nosso mar não suja; o sargaço não suja – Que valor poderá ter, afinal, tal poema sob o aspecto etnográfico, científico e histórico?
Mais – a “branqueta”, único traje do sargaceiro, nem sequer para casa é levada: o sargaceiro enverga-a antes do início da “mareada”, dança na areia da praia até que o sargaço aparece envolto nas ondas, então logo pára a dança e começa o trabalho árduo. Findo todo o trabalho já atrás descrito, o sargaceiro, ainda na praia, despe a “branqueta”, vai ao mar passá-la pela água para lhe retirar areia ou pequenas folhas de sargaço, e deixa-a a secar, pendurada em um torno ou prego, à porta da cabana onde guarda os utensílios do mar e o próprio sargaço depois de seco. É, assim, a “branqueta” uma simples peça de vestuário de trabalho que nunca foi nem é usada fora da praia. Na cabana o agricultor deixa a sua indumentária do dia-a-dia, transforma-se em sargaceiro apenas e só para aquela função, e volta a ser um normal agricultor quando termina a faina do sargaço. Tascas, ou tabernas...pois naturalmente que as frequentaria, mas como agricultor e nunca trajado de sargaceiro.
Ainda em relação ao tal poema, diz um professor da Universidade do Porto que o referido poeta poderá ter confundido os jograis, que por vezes apareciam pelas vilas e aldeias a dançar e a fazer acrobacias e que estiveram na origem dos actuais circos, com os sargaceiros, pela eventual semelhança de roupas e artefactos.
Enfim, Caro Amigo, esta é mais uma achega para sua informação e para que veja as nossas certezas e as inverdades de toda uma argumentação falaciosa e oportunista.


CJF : Citações puxa citações, tem algumas próprias aos Sargaceiros de Apúlia?

LT : São inúmeras as referências que, através dos tempos, têm sido feitas aos Sargaceiros de Apúlia. Citamos, por exemplo, o poeta Pedro Homem de Mello, grande amigo e admirador que muito escreveu sobre os Sargaceiros: “Na Apúlia tudo é verdadeiro...até o traje!” e “...em Apúlia só dançam aqueles que a natureza mais dotou [...] os sargaceiros lembram pássaros, mas pássaros de asas cortadas”.
Também Celestino Graça, fundador da Feira de Santarém, se referiu aos Sargaceiros como “...o maravilhoso Grupo da Apúlia, de um primitivismo que encanta [...] puro folclore”.
O etnógrafo Manuel de Boaventura escreveu em 1955: “...os nossos garbosos Sargaceiros repudiam os ensaiadores sabichões, que deturpam a pureza folclórica, com a mania de modernizar aquilo que, uma vez modificado, perde as características, e se abastarda”.
E nós perguntamos: - Até quando se continuará a permitir que, em nome do “bonito” e do “espectáculo”, se deturpem e se abastardem as nossas mais caras e mais puras tradições?


CJF : De todas as formas, o júri classificou o dito grupo com puntuações máximas. Ignorância ou falta de formação?

LT : Naturalmente o juri revela as duas coisas: ignorância da realidade das nossas tradições, e falta de formação para poder distinguir entre o que é autêntico e o que não passa de mera encenação ardilosamente arquitectada.


CJF : Como reagiram os Dirigentes e Componentes do Grupo Folclórico dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia?

LT : Foi com a maior indignação que componentesce dirigentes do Grupo dos Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia tomaram conhecimento do uso indevido e incorrecto do nome deste Grupo e das suas tradições, de que muito se orgulham, e se esforçam por preservar.
Não tendo conhecimento directo do facto, já que não nos foi possível, até ao momento, verificar a enormidade cometida, mas fazendo fé em informações que nos têm chegada e que consideramos fidedígnas, somos obrigados a crer que quem assim está no folclore, deturpando e ridicularizando a acção de pessoas sérias e trabalhadoras, como são as gentes de Apúlia, só merece o nosso desprezo.
Aquilo que consideraríamos como uma honra, ao constatar que na Venezuela alguém se apresentava dando a conhecer os nossops usos e costumes, transforma-se, afinal, numa enorme farsa que atinge as raias do ridículo. Com efeito, se não fosse algo de tão sério e tão ofensivo para quem, como nós, se rege por normas de verdade dentro do movimento folclórico português,tal facto não mereceria mais que a complacência e o riso, já que colocar os sargaceiros a dançar sobre cadeiras ultrapassa os limites do razoável, e pensamos que tal ideia não surgiria nem mesmo aos artistas de circo.
Porque nos parece que, mais que um número de circo, é uma farsa, uma leviandade, autêntico assassinato do folclore português que tanto pretendemos preservar.
Isto, ao que parece, passa-se bem longe de Portugal, na Venezuela, mas os ecos de tal dislate chegam até nós e, assim, uma falsa imagem é transmitida a quem vê um semelhante “espectáculo”.


CJF : Não haverá aqui um verdadeiro “atentado” ao vosso folclore?

LT : Na verdade lamento profundamente que tenham escolhido “Os Sargaceiros” para bode expiatório e objecto de palhaçada. Atentado, sim, e total falta de respeito e de decoro.
A si, Caro Amigo, os nossos agradecimentos pelas suas palavras e obrigada, principalmente, pelo empenhamento com que tem vindo a defender aquilo que considera verdadeiro, contra as deturpações que maculam e prejudicam o trabalho dos que lutam em prol da autenticidade do folclore nacional. Neste processo estou tanto mais empenhada, também eu, porque, para além de se tratar de uma trama, toca-me directamente já que meu pai, um estudioso das coisas desta terra e que morreu há já 52 anos, foi o fundador deste Grupo, bem como da Casa do Povo e, se efectivamente há vida para além da morte, então ele estará revoltado no seu túmulo ao ver tão maltratadas as tradições que tanto defendeu e promoveu.


CJF : Qual a sua conclsão sobre esta “novela”?

LT : Por favor, que essas pessoas façam os seus números de circo e as acrobacias que entendam...são livres para o fazerem. Mas tenham a coragem de assumir a sua invenção. Ninguém lhes dá o direito de desvirtuarem e ridicularizarem as tradições mais legítimas dos sargaceiros, apresentando-se em seu nome.
Todos os portugueses de bem que se encontram por todo o mundo e, neste caso, na Venezuela, nos merecem o maior respeito e o maior carinho. Devem orgulhar-se da sua origem e, por isso, devem defender a verdadeira cultura tradicional do seu País.


CJF : Um alerta para os jovens que compõem o movimento português na Venezuela:

LT : Louvo e admiro o esforço que fazem para, lá longe, manterem vivas as recordações do seu País, dando a conhecer ao mundo os usos e costumes de Portugal. Bem hajam por isso!
Mas procurem adquirir informação fidedígna que lhes permita defender, sem receio de desmentido, esses mesmos usos, costumes e tradições. Saibam que o nosso País é pequeno em área geográfica, mas é um manancial de belas tradições. E todo o esforço que façam por manter incólumes essas mesmas tradições é digno da admiração e do respeito de todos nós.
Em relação ao tema que os deixa surpreendidos – a malfadada dança em cadeiras – quero que saibam do nosso mais veemente protesto e repúdio por tal atentado à verdade que o povo de Apúlia tanto preza: os seus sargaceiros e a ancestral tradição da apanha do sargaço, as danças na areia da praia antes do início da “mareada”, o traje que remonta à época da Romanização da Peninsula.


CJF : Que espera dos Clubes CJF`s?

LT : Apelo aos Clubes CJF`s para que façam uma séria reflexão sobre todo o problema que agora surgiu. Que o analizem com seriedade por forma a evitar que outros venham a enveredar por igual esquema, nada dignificante para quem o assume, e que só conduz ao desprestígio do nosso País e das Instituições no âmbito do folclore e da etnografia nacional.
Pela minha parte quero registar os meus agradecimentos por todo o seu empenhamento no sentido da reposição da verdade.
Bem haja!



Entrevista feita em 30 de Julho de 2006


Clube de Jovens Folcloristas Portugueses nas Comunidades (CJF)
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